Jogos deveriam ser obrigados a oferecer opções de acessibilidade?

Inclusão é um direito legal, porém adaptações exigem designs específicos e elevam os custos.

Embora a inclusão seja um direito garantido por lei, na prática, pessoas com deficiência (PCD) ou com limitações não tem o mesmo acesso que o público sem deficiência tem aos jogos. Entre os recursos necessários estão os menus fáceis de usar, opções para daltônicos, sensibilidade de câmera/controle. Pessoas com deficiência visual, por exemplo, precisam de opções com alto contraste e audiodescrição para se ambientarem no cenário. Pessoas com deficiência auditiva precisam que os sinais sonoros sejam adaptados para sinais visuais, assim como legendas customizáveis.

Existem jogos desenvolvidos especificamente para o público PCD, mas, apesar de muitos jogadores curtirem os títulos, não aprovam que o mercado produza games tendo como base apenas os corpos padrões. Segundo dados de 2018 do IBGE, 6,7% da população brasileira tem alguma deficiência, então, muitos acreditam que a falta de adaptação é uma maneira de segregar as pessoas, por isso, é necessário uma ampla adaptação do mercado. The Last of US II, Assassin's Creed Odyssey e Minecraft são alguns exemplos que contam com recursos de acessibilidade, porém, são jogos desenvolvidos por grandes empresas.

A Associação Brasileira de Games explica que um dos maiores desafios são as adaptações que exigem designs específicos, que nem sempre são compatíveis com todos os tipos de jogos. Mas uma maneira de contornar a situação é oferecendo recursos básicos, ao menos. De acordo com pesquisadores, os desenvolvedores contam com pouco tempo e muita pressão para concluir os projetos, desse modo, a acessibilidade não é prioridade. Obrigar as empresas a seguirem diretrizes de acessibilidade aumentaria o público e promoveria a inclusão no entretenimento, mas seria muito difícil economicamente para empresas com baixo orçamento.